Museu histórico de nossa cidade – parte 2

E como íamos dizendo quando do artigo anterior, nosso museu so brevive à míngua, pobre, sem condições de evoluir em nada e em total miséria quanto a verba para seu crescimento. Por justiça há de ser registrado que a administração do museu faz um trabalho hercúleo para produzir even tos que possam interessar ao público e manter viva a evolução da instituição. Mas até quando tal esforço poderá ser feito sem verba?

Sem verba o museu não pode evoluir. Sem verba não tem como fazer nenhuma aquisição para expansão de seu acervo. E não estamos falando de verbas milionárias e sim de alguma verba para permitir o crescimento de tão importante instituição. Há poucos dias uma obra do artista Zechetto estava à venda por R$ 650,00, uma bagatela em se tratando de artista tão renomado, mas mesmo que o museu tivesse sabido desta oferta, não pode ria adquiri-la pois falta de verba.

O renomado artista Nelson Molina, um mestre do espatulado, reconhecido mundial mente e que tem um museu só com obras suas em uma cidade de São Paulo, sob encomenda, pintou a Praça São Salvador, em uma tela enorme, obra que seria de importância ex trema para a expansão do acervo do museu. Mas como fazer uma encomenda ao artista se não existe verba?

A verdade é que estamos vivendo uma época de “cultura momentânea”, de uma cul tura que passa fugaz, sem deixar lembranças e sem contribuir para a evolução individual e coletiva. Exemplifico minha afirmação com o fato de que, neste verão na praia do Farol de São Thomé tivemos sessenta e três (63) shows. Não, não errei e repito: sessenta e três shows. Se a verba de apenas dois ou três destes shows tivesse sido revertida para o museu a situação da instituição já seria mudada.

Sem ampliação de acervos, sem modifi cações, sem inovações, o museu envelhece, se torna repetitivo e desinteressante e daí morre, virando apenas uma casa velha, deixando de atingir o objetivo de todo e qualquer museu.

Neste ponto conclamo a sociedade campista, as empresas, as instituições, que ajudem o museu, não doando dinheiro, mas sim cobrando do Poder Público, inclusive do nosso Legislativo, uma atuação direta, eficaz e com visão no futuro. Como cidadão não posso conceber que existindo verba para sessenta e três shows nosso museu viva na miséria.

(*) Dr. Edmundo Machado é Juiz aposentado, dono de escritório de advocacia tributária e empresarial que leva o seu nome, músico diletante e colunista/colaborador do Jornal Mania de Saúde. matriz@maniadesaude.com.br